Numa altura em que eu pensava não ser possível ser surpreendido por certas bizarrias do povo nordestino, eis que sou surpreendido por mais um episódio inusitado. Na passada sexta-feira, Dia de Finados, desloquei-me com a minha namorada e seu pai, a um município do agreste potiguar localizado a cerca de trinta quilómetros de Natal, com o intuito de prestar homenagem a alguns familiares falecidos. No final da tarde, fomos convidados para ir a casa de um amigo de longa data da família. Trata-se de um ancião, antigo oficial das forças armas e ex-prefeito da cidade que mantém ampla influência política e social na região. Por outras palavras, poderá dizer-se que se trata de mais um personagem do coronelismo tão característico do Nordeste brasileiro.
Ao ter conhecimento da minha nacionalidade, fiquei surpreso com os seus amplos conhecimentos da História de Portugal e seu genuíno fascínio pelo nosso país. Após um agradável momento de conversa, somos convidados a entrar no seu escritório para o que parecia ser um momento de alguma solenidade. Por momentos, acreditei que o senhor tinha escrito a sua biografia e pretendia partilhá-la connosco. Minutos depois, tive que contar o meu riso quando verifico que o respeitável ancião, distribuía entre os presentes, exemplares do seu currículo em versão extensa, com direito a cronologia fotográfica dedicatória autografada. Mais espantado fiquei ainda, quando notei que a maior parte das pessoas aceitou a oferta com naturalidade e reverêrencia. Com tudo isto, fiquei sem entender se esta é uma prática normal por aqui ou se estava perante mais um insólito nordestino. Escusado será dizer que este episódio se tornou a minha piada do fim de semana.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
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6 comentários:
huuummm... lá que é estranho, é!:P
Nunca ouvi falar nisso Capitão. Você foi privilegiado por encontrar um "insólito nordestino",rs.
ficaste com 1 autografo do senhor?
Ora, a modéstia é algo que fica sempre bem a qualquer um, coitado do senhor.
Quero ver se o Caríssimo Capitão-Mor manterá a vontade de rir ao ler, na segunda edição, actualizada, da obra.
"Privou com o Capitão-Mor e Sua Família, sendo eles visitas da sua casa".
E nem há margem para processar o homem!
Abraço
Oh meu lindo, então como é que o homem fazia propaganda?
Loooooool
Bjs
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