sexta-feira, 16 de maio de 2008

Declínio do destino Natal


A queda no movimento do turismo internacional fez os empresários do turismo reunirem-se há dias para reagir à crise. A representação estadual da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH RN) convidou hoteleiros e o secretário estadual de Turismo, Fernando Fernandes, para definir metas “urgentes”, como divulgação, e de longo prazo para o sector, com o planejamento estratégico. Fernandes, porém, acredita que o que falta é maior participação do empresariado na responsabilidade sobre a actividade no estado.
A ABIH RN levantou dados junto à Infraero nos quais Natal regista a terceira maior queda entre os 15 aeroportos mais representativos do país. Os números comparam o ano passado com 2006 e dizem respeito a desembarques internacionais. De acordo com eles, enquanto os terminais de Recife e Salvador tiveram crescimento de 3% e 10,2%, respectivamente, em Natal a queda foi de 12%, perdendo apenas para Campo Grande (MS, -48%) e Maceió (-18%).

Outras informações da estatal colhidas pela ABIH RN dizem que, nos vôos charters, as estatísticas do primeiro trimestre de ano, em comparação ao mesmo período de 2007, mostram que o Aeroporto Augusto Severo registrou queda de 26% do fluxo de passageiros nos pousos internacionais e de 10% nos nacionais. Segundo a ABIH RN, são nos charters onde está “a base do turismo”, aqueles turistas que contratam hospedagem mais longa, transporte e passeios.
Para o presidente da entidade, Enrico Fermi, os números mostram que Pernambuco e Bahia vêm tendo sucesso no uso do planejamento estratégico para o turismo, que o RN ainda não tem. “Isso mostra que quem está tendo êxito é quem está com planejamento, essencial para qualquer tipo de negócio”, comentou. Esse plano foi definido na reunião como principal meta em médio e longo prazo. “É preciso que se faça um planejamento estratégico no mínimo para 10 anos. Não é um plano de governo, é um plano do sector”.
Admite-se que houve queda no fluxo de turistas internacionais, mas com percentuais menores - a pesquisa da Setur de 2007 aponta para uma queda de 14,4% no movimento total de visitantes de outros países, especialmente devido à desvalorização do dólar e da concorrência acirrada com outros países com as mesmas características do Nordeste. Além disso, segundo ele, Recife cresceu porque seus resultados antes eram muito fracos e Salvador baseia-se numa cultura de planeamentos que já dura 20 anos.
"Os atores que fazem a economia do turismo do RN têm que fazer a sua parte. Inclusive empresários de todas as áreas”. O secretário diz que irá fazer uma convocação geral aos empresários que querem cuidar do futuro do turismo no RN.

3 comentários:

Zé Povinho disse...

O turismo em todo o mundo está em queda devido aos aumentos das matérias primas, do crude e dos produtos alimentares que encareceram a vida. Ainda há alguns locais que vão conseguindo manter os números do ano anterior, mas a tendência é claramente de decréscimo.
Abraço do Zé

MariaTuché disse...

É a p.... da crise mundial.

Eu já estou a contribuir para essa estatistica há 4 anos que infelizmente não vou ao Brasil, na há grana, tutu, dindim, guito...

Um beijão amigo

AnadoCastelo disse...

Meu caro Capitão, não sabe como é penoso para mim saber uma coisa dessas. No entanto, não é de estranhar. Antes da subida do preço do petróleo nestes últimos dias, não sei se se lembra que de há dois anos atrás foi sobre o mesmo género de aumento que as companhias aéreas, além do preço normal que cobram, impuseram uma taxa de cento e tal euros por viagem. Ora este aumento, disseram eles, que era para custear o aumento do combustível. Pois, só que para o turismo médio esse aumento pesou bastante no custo total da viagem e houve muita gente que deixou de poder viajar por isso.
Quando se viaja sozinho ainda se suporta, mas quem viaje com a família já é mais complicado. Por isso talvez essa quebra.
E agora vamos ver o que é que as companhias aéreas vao fazer sobre estes novos aumentos.
Assim, não há dinheiro que resista.
Bjs