No mês passado, falei-vos aqui de um romance da escritora brasileira Ana Miranda. Desta feita, gostaria de vos apresentar um filme que é a adaptação de um dos seus romances. Desmundo, retrata de maneira bastante objectiva as enormes dificuldades dos primórdios da colonização portuguesa no Brasil e, possiblita-nos uma visão abrangente da vida social dessa época heróica.
Brasil, por volta de 1570. Chegam ao país algumas órfãs, enviadas pela rainha de Portugal, com o objectivo de desposarem os primeiros colonizadores. Uma delas, Oribela (Simone Spoladore), é uma jovem sensível e religiosa que, após ofender de forma bem grosseira Afonso Soares D'Aragão (Cacá Rosset) se vê obrigada em casar com Francisco de Albuquerque (Osmar Prado), que a leva para seu engenho de açúcar. Oribela pede a Francisco que lhe dê algum tempo, para ela se acostumar com ele e cumprir com suas "obrigações", mas paciência é algo que seu marido não tem e ele praticamente a violenta. Sentindo-se infeliz, ela tenta fugir, pois quer embarcar num navio e voltar a Portugal, mas acaba sendo recapturada por Francisco. Como castigo, Oribela fica acorrentada num pequeno barracão. Deprimida por estar sozinha e ferida, pois seus pés ficaram muito magoados, ela passa os dias a chorar e só tem contacto com uma índia, que lhe leva comida e a ajuda na recuperação, envolvendo seus pés com plantas medicinais. Quando ela sai do seu cativeiro continua determinada em fugir, até que numa noite ela se disfarça de homem e segue para a vila, pedindo ajuda a Ximeno Dias (Caco Ciocler), um português que também morava na região.
Como o português dito pelos personagens no filme é arcaico, da época em que os acontecimentos mostrados ocorrem, o filme possui legendas em português actual. Com os actuais recursos que a internet possiblita nos dias de hoje, creio que não será muito difícil obterem uma cópia deste filme excepcional.
Título Original: Desmundo
País Origem/Ano Produção: Brasil (2003)
Realização:Alain Fresnot
Elenco: Osmar Prado
Simone Spoladore
Caco Ciocler
Berta Zemei
José Eduardo...
4 comentários:
Extremamente interessante, se passar por cá irei sem dúvida, ver esse filme :)
Bj*
De uns tempos pra cá o cinema nacional tem melhorado muito.
Ultimamente tenho preferido os filmes estrangeiros a glamourosa tela americana. Sem deixar de reconhecer suas superproduções, mas há vida inteligente além desse território apache.
Sim, não vi ainda Desmundo. Fico com a dica. Obrigada!
Cheiros,
Ai o débito conjugal pelas ruas da amargura...
Caro Capitão-Mor, não andará por aí uma catrapiscadazita ao "bondage" na cena da Moça acorrentada?
Abraço.
Eu gostava de ver o filme, mas não dá para comprar se não for da Zona 1 ou será que é a 2 que é a compatível com os nossos leitores de DVD...
Porque será que as relações homem-mulher são tantas vezes relações de força? Como diz o amigo Paulo Cunha Porto dá ideia de algo mais "Bondage"...
Beijinhos
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