Imagino que alguns de vocês, ainda estejam indecisos no que diz respeito aos presentes natalícios que irão destinar aos vossos amigos e familiares. Nesse sentido, gostaria de apresentar a minha sugestão para os mais retardatários. Trata-se da edição em DVD da série documental, Portugal,Um Retrato Social. Uma excelente produção da televisão pública, cujos episódios devorei com interesse via RTPinternacional. Um presente que irá agradar aos mais velhos e de extrema utilidade didáctica para as gerações mais jovens.
Portugal, um Retrato Social, um programa, ou se quiseremos, um documentário da autoria de António Barreto com a realização de Joana Ponte, foi apresentado na RTP durante este ano de 2007.
Este trabalho pretendeu ser um retrato do nosso país. Um retrato da sociedade contemporânea. É um retrato de grupo: dos portugueses e dos estrangeiros que vivem connosco. É um retrato de Portugal e dos Portugueses de hoje, que melhor se compreendem se olharmos para o passado, para os últimos trinta ou quarenta anos.
Dividido em sete diferentes episódios (que a seguir se descriminam), “Portugal, um Retrato Social” terá sido, na minha opinião, um dos trabalhos mais bem elaborados e produzidos no nosso país sobre a evolução da sociedade portuguesa nos últimos sessenta anos. O facto de ter o cunho de António Barreto, não será estranho a este sucesso…
Por esse motivo,ficam aqui as sinopses dos diferentes episódios que poderão recordar.
Gente diferente: Quem somos, quantos somos e onde vivemos
Os portugueses são hoje muito diferentes do que eram há trinta anos. Vivem e trabalham de outro modo. Mas sentem pertencer ao mesmo país dos nossos avós. É o resultado da história e da memória que cria um património comum. Nascem em melhores condições, mas nascem menos. Vivem mais tempo. Têm famílias mais pequenas. Os idosos vivem cada vez mais sós.
Ganhar o pão: O que fazemos
O trabalho mudou muito nestas últimas décadas. A maioria dos portugueses trabalha nos serviços. Poucos trabalham na agricultura e ainda menos nas pescas. Muitos emigraram. As mulheres são metade das pessoas que trabalham, o que é uma grande diferença com o passado recente. Com a integração europeia, a economia portuguesa fez uma grande mudança. Todos vivem melhor, mas há muitas empresas que não conseguiram adaptar-se às novas condições
Mudar de vida: O fim da sociedade rural
A sociedade contemporânea, urbana, era ainda há pouco tempo rural. Mudou muito depressa. Muitos portugueses emigraram, a maior parte saiu das aldeias e foi viver para as cidades e para o litoral. O campo está despovoado. As cidades cresceram. As estradas aproximaram as regiões. Nas áreas metropolitanas, organizou-se uma nova vida quotidiana. Há mais conforto dentro das casas, mas as condições de vida nas cidades são difíceis.
Nós e os outros: Uma sociedade plural
Há quarenta anos, havia só um povo, uma etnia, uma língua, uma cultura, uma religião e uma política. Hoje, Portugal é uma sociedade plural. Primeiro a emigração e o turismo, depois a democracia, finalmente os imigrantes estrangeiros, fizeram de Portugal uma sociedade aberta. Falam-se todas as línguas, reza-se a todos os deuses, há todas as convicções políticas. Os Portugueses aprendem a viver com os outros.
Cidadãos
Com a sociedade aberta, a democracia, a integração europeia e o crescimento económico, os Portugueses são hoje cidadãos plenos pela primeira vez na sua história. Têm os direitos políticos e sociais e as respectivas garantias. As mulheres são iguais aos homens. Mas a justiça, que deveria acompanhar este progresso e adaptar-se à nova sociedade, tem dificuldades em garantir os direitos dos cidadãos.
Igualdade e conflito: As relações sociais
As famílias portuguesas têm hoje mais rendimentos e mais conforto. Em vinte ou trinta anos, o bem-estar melhorou mais que nos cem anteriores. Cresceram as classes médias. Desenvolveu-se a sociedade de consumo de massas. O comércio, as modas, a escola, a televisão e a cultura fazem uma sociedade onde todos parecem iguais. Mas subsistem diferenças muito importantes de classes, de poder económico, de geração, de sexo e de região.
Um país como os outros: A formação de uma sociedade europeia
Portugal já não se distingue, na Europa, como o país da ditadura, da pobreza e do analfabetismo. Embora ainda atrasado, os Portugueses são hoje cidadãos livres e têm acesso aos grandes serviços do Estado de Protecção Social. A educação, a segurança social e a saúde são para todos. Mas ainda há insuficiências, corrupção e desperdício. E deficiências na saúde, na educação, na segurança social e na justiça.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
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16 comentários:
Que belo trabalho...uma sinopse muito bem elaborada sobre a realidade portuguesa.
Bom Natal
Carla
10 minutos muito bem passados, não fazia ideia que este trabalho se encontrava reunido em vídeo. Fica para uma próxima oportunidade, estes ano os presentes estão todos escolhidos. Fizeste um resumo 5 *****
soube bem ver mas ler-te também.
Um beijo grande, deixo aqui os meus votos de um Bom Natal se bem que aí Natal seja todos os dias :)
Já te vi na minha árvore. Obrigada por seres também um dos raminhos que a tem tornado frondosa. Mais logo respondo por lá, tenho as visitas todas atrasadas há dias, não consigo chegar a todo o lado
Outro beijo
Eu tenho uma grande curiosidade com relação à cultura portuguesa, que sinto ainda muito presente no português mais próximo a mim, meu pai. A chamada melancolia, ou saudosismo (talvez resquícios do Sebastianismo) ainda são parte forte do imaginário lusitano?
Vim agradecer a sua visita, e prometer que volto depois do Natal com tempo para ler tudo.
Conheço muito bem essa cidade, bem como todo o Nordeste e adoro.
Um Feliz Natal para si, e até breve
Partilho da tua opinião sobre esta série. É excelente! António Barreto fez uma leitura muito boa do Portugal social do séc. XX.
Bom trabalho o teu!
Muito obrigado pela sugestão. Acho que vou dar um presente a mim própria, não sei é se lá na terrinha isso está à venda, mas vou ver se encontro.Um beijão e bom natal
Já agora capitão, a análise inclui as ilhas? E há alguma referência à emigração?
Beijos
Carla:
Gosto de saber que de vez em quando espreitas o meu cantinho.
Gi:
Ès umas das minhas grandes preferências da blogosfera! Uma simpatia! :)
Tati:
Creio que alguns desses ideiais começam a ser esquecidos no Portugal do século XXI. O Sebastianismo, a Monarquia e o V Império ainda estão bastante vivos no meu imaginário. Mas como costumo dizer, acho que nasci no século errado! : Já viu a chatice de já não se poder andar à "espadeirada" e correr o mundo em caravelas?
Blue Velvet:
Agradeço a tua primeira aparição. O teu nick já ennuncia algo de muito bom...
Paula:
Agradeço o elogio!
Rubian:
Já podes encontrar esta colecção à venda em Portugal. Sobre a emigração há coisas muito interessantes. No que diz respeito às ilhas, já não me lembro muito bem...
Saudações a todos!
Meu Caro Capitão-Mor,
é uma série sem falta à verdade, mas igualmente desprovida de arrojo. Vale sobretudo para as gerações mais novas que não disponham de outras fontes, sendo que é algo auto-justificativa do regime vigente - está sempre a falar nos melhoramentos materiais em relação ao que antecedeu, sem adoptar idêntico critério quanto ao que esse imediato precedente herdou.
Mas nada se perde em ver, desde que criticamente
Abraço
Obrigada pela sugestão, mas este ano não vou comprar nada para ninguém, excepto o Luís e esse, já tem prendas desde Outubro.
Beijinhos e Bom Natal
É sempre louvável um trabalho que mostre o país ao seu povo.
Um Natal feliz para você aí no Forte, Capitão.
Bjs
Tens toda a razão, um trabalho espectacular com uma música maravilhosa.
Bom Natal em Natal?
que as saudades não sejam grandes de mais, meu Lindo.
Beijinho amigo e cheio de ternura.
Marta
Bem!
Que new look!
Parabéns, Caríssimo!
Olá, P.! Gostei da roupagem nova. E tb da bandeira monárquica, embora não estivesse à espera dela (ainda havemos de falar sobre isso...).
Bjs.
Linda a roupa nova do seu blog, Capitão! No mínimo chic e de acordo com o dono.
Beijos
Tu é bem patriota né capitao
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