sábado, 26 de janeiro de 2008

Alexander Nevski

Eisenstein tornou-se um cineasta de culto, não só graças ao grande clássico O Couraçado de Potemkin mas também pelo seus diversos ensaios e trabalhos em que trata sobre cinema (em especial sobre a montagem). Talvez o seu trabalho mais vivo seja "O sentido do filme" e talvez o filme onde sua teoria se apresenta mais claramente é Alexander Nevsky. Não se trata de um filme mudo, como o seu trabalho mais famoso, e ao contrário de muitos que pecaram pela "tentação romanesca" (o uso indiscriminado e até desnecessário dos diálogos) Einsenstein fez um óptimo uso dos recursos sonoros. Esse filme dá uma ideia bastante clara da sintonia em que os elementos de um filme (enquadramento, som, actuação....) devem ter no decorrer do mesmo, dando ao filme a coesão necessária para que este se apresente como uma peça maciça. Destaque para a antológica cena da "Batalha no Gelo" (cena que aliás é literalmente analisada quadro-a-quadro em "O sentido do filme").
Será ainda importante referir, que este filme foi lançado em 1938, numa época de tensão crescente entre a Alemanha de Hitler e a URSS de Stalin. Um épico fenomenal, que representa da melhor forma a indústria de cinema soviética da época e simboliza acima de tudo um profundo manifesto nacionalista.

2 comentários:

AnadoCastelo disse...

Passei por cá para desejar um bom fim de semana.
Bjs

O Réprobo disse...

Meu Caro Capitão-Mor, é bem verdade, uma genial concretização da encomenda de Estaline, quando este se apropriou das inimizades atávicas contra os "hunos", ao mobilizar forças estranhas ao bolchevismo na «Grande Guerra Patriótica». Colar os SS aos Cavaleios Teutónicos foi um achado. E gosto especialmente do pormenor genial no desenho dos capacetes...
As cenas no gelo são do melhor, filmicamente falando.
Abraço e bom Domingo