sábado, 16 de fevereiro de 2008

Espionagem Industrial


A exploração de petróleo é um negócio próspero, que movimenta cifras milionárias em todo o mundo. Segundo o ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), consultor David Zylbersztajn, um poço chega a custar até US$ 100 milhões. Para ele, a possibilidade de o furto de dados sigilosos da Petrobras ter sido por espionagem industrial é uma alerta para a área de segurança das empresas.
O desaparecimento de informações sigilosas da Petrobras é investigado pela Polícia Federal, em parceria com a empresa e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
"Se for configurado mesmo a espionagem industrial, que é uma novidade no Brasil, você hoje passa a ter um grau de importância quanto a segurança, mas principalmente quanto ao interesse na qualidade das reservas brasileiras, na qualidade do que é a exploração de Petróleo no Brasil", diz o ex-presidente da ANP.
Segundo ele, os dados contidos no material furtado podem ser muito valiosos para quem sabe por quanto pode negociar essas informações privilegiadas.

Na Petrobras ninguém fala sobre o furto. A empresa informou que o silêncio é para não atrapalhar as investigações. Mas confirmou que o caso aconteceu na mesma semana do anúncio da descoberta de uma gigantesca reserva de gás na bacia de Santos. Além disso os computadores podem ter dados sobre uma das maiores de reservas de petróleo do mundo: o campo de Tupi, no litoral paulista.
Os computadores portáteis e o disco rígido com segredos da companhia estavam dentro de um contentor que foi arrombado.
A embarcação onde estava o material saiu de Santos em 18 de janeiro e chegou ao Rio de Janeiro no dia 25. Depois seguiu para Macaé, onde aportou a 1 de Fevereiro.
Só então o furto foi descoberto por funcionários da Petrobras. A empresa que fez o transporte, a multinacional Halliburton, é uma das maiores fornecedoras de serviços para empresas de petroleo do mundo e também não se manifestou sobre o assunto. A Petrobras informou, por nota, que tem cópia das informações que foram furtadas.

1 comentário:

Zé Povinho disse...

A espionagem industrial ou o acesso a informação privilegiada é concorrência desleal, para além de naturalmente ser um crime. Nos dias que correm é cada vez mais difícil combater este tipo de crime, porque geralmente envolve grandes interesses económicos sendo um daqueles crimes que chamamos de colarinho branco.
Abraço do Zé