terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O Feitiço do Império


Francisco Morais, emigrante português nos E.U.A., não esquece o amor à terra natal, o que não sucede com o filho, Luís Morais, que pretende nacionalizar-se americano. Antes de tal ocorrer, e apesar do seu noivado com Fay Gordon, uma rica herdeira de Filadélfia, o pai convence Luís a participar numa caçada em Angola, o que lhe dá ensejo de visitar Lisboa, Guiné, São Tomé, Angola, Moçambique - culminando com flagrantes documentais da visita do presidente Óscar Carmona a Lourenço Marques (Maputo). O conceito de portugalidade e o "feitiço do império" acabarão por influenciá-lo, para tal contribuindo a dedicação com que foi tratado por Mariazinha, filha de um comerciante do mato, após ser ferido por um leão.

Foi o primeiro filme de ficção a abordar as colónias ultramarinas e a obra colonizadora dos portugueses. Considerado como uma obra de ficção exemplar sobre a visão colonial do Estado Novo, foi produzida pela Agência-Geral das Colónias e integrada na Missão Cinegráfica às Colónias de África, de que António Lopes Ribeiro foi o director técnico e realizador. Integravam essa Missão, ainda, o major Carlos Afonso dos Santos, escritor e dramaturgo com o pseudónimo de Carlos Selvagem, que chefiava a equipa, Manuel Luís Vieira, como operador de câmara, e Paulo de Brito Aranha, responsável pelo som.
O argumento, da autoria de António Lopes Ribeiro, foi baseado num texto, muito diferente, de Joaquim Mota Junior, vencedor de um concurso realizado pela Agência-Geral das Colónias para o efeito. Lopes Ribeiro considerou "O Feitiço do Império" como a sua melhor película sobre a África portuguesa.
Estreou comercialmente no cinema Eden, em 23 de Maio de 1940, com a presença do Presidente da República.
Apenas está conservada (Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema) a banda de imagem que tive a sorte de poder assistir, graças a um amigo meu que trabalhou lá durante algum tempo.

3 comentários:

O Réprobo disse...

Tempo em que as garras do Leão contribuíam para um Portugal maior...
Ehehehehehe, não pude evitar meter-me com o sportinguismo do Meu Amigo.
Mas bons tempos eran os que favoreciam as artes de uma perspectiva orgânica, isso sim. E por falar em visão... orgânica, a sala de fumadores Cá de Casa prova que não há fumo sem Fogo.
Abraço, caro Capitão-Mor.

AnadoCastelo disse...

As coisas que tu sabes.
Deve ser um filme e tanto, mas como sempre é mais um arrumado na gaveta sem possibilidades de se ver. Não interessava.
Bjs

Señorita Shakespeare disse...

Onde se pode ver este filme? É disponível na internet?