quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Um é pouco...


O homem que tem apenas um orgasmo por noite é o pesadelo das mulheres francesas.

67% - Consideram que apenas um orgasmo do parceiro é suficiente.

48% - Vivem com parceiros que nunca dão mais de uma a cada noite.

Bravos rapazes lusitanos, uni-vos! Está na hora de marcar uma excursão "de caridade" por terras gaulesas.

O jipe que veio do frio



O Lada Niva ,foi o veículo todo-o-terreno utilizado durante anos pelo Exército Soviético. Uns anos após o colapso comunista, foi convertido à vida civil e exportado para a Europa Ocidental. No entanto, o seu aspecto espartano e a sua robustez fora de estrada mantiveram-se inalteráveis. Em Portugal, o modelo nunca obteve sucesso nas vendas, foi retirado do mercado em 2001 e será difícil encontrar algum a circular nas nossas estradas.
Este automóvel russo, também foi comercializado no Brasil, embora também já seja uma raridade por aqui. Contudo, eu até gostaria de adquirir um Lada Niva para restaurar cuidadosamente a meu gosto. Afinal de contas, trata-se de uma relíquia motorizada dos tempos da Guerra Fria. Tenho de admitir que tenho um gosto bem pouco convencional para carros!

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Luís da Câmara Cascudo - 1898/1986


Memorial de Câmara Cascudo na Cidade Alta - Natal/RN

Escritor e folclorista, nasceu em Natal, Rio Grande do Norte, em 1898 e faleceu na mesma cidade, em 1986. É um dos mais importantes pesquisadores das raízes étnicas do Brasil.
Aos seis anos já sabia ler. Estudou Latim durante três anos com o mestre João Tibúrcio. Em 1922, aprendeu a ler inglês, para acompanhar os viajantes por África e Ásia. É dele a tradução comentada do livro Travels in Brazil, de Henry Koster, viajante inglês, obra das mais valiosas para o conhecimento e interpretação do Brasil, no início do século XIX.

Entrou para a Faculdade de Medicina da Bahia, em Salvador, mas foi abrigado a abandonar o curso por causa de dificuldades financeiras.
Em 1928, formou-se pela Faculdade de Direito do Recife, concluindo também no mesmo ano, o curso de Etnografia, na Faculdade de Filosofia, do Rio Grande do Norte.
Publicou seu primeiro livro aos vinte e três anos de idade, Alma Patrícia (1921), um estudo crítico e biobibliográfico de 18 escritores e poetas norte-rio-grandenses ou radicados no Estado.

Foi professor de Direito Internacional Público, na Faculdade de Direito do Recife e de Etnologia Geral, na Faculdade de Filosofia, em Natal.
Escreveu sobre os mais variados assuntos. Sua especialização foi na etnografia e no folclore, mas sua predileção era pelas áreas de história, geografia e biografia, especialmente do Rio Grande do Norte.
Foi considerado o Papa do folclore brasileiro. Publicou, entre outros, as seguintes obras:

Alma patrícia (1921); Joio: página de literatura e crítica (1924); Conde D´Eu (1933); Vaqueiros e cantadores: folclore poético do sertão de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará (1939); Antologia do folclore brasileiro (1943); Geografia dos mitos brasileiros (1947); Os holandeses no Rio Grande do Norte (1949); Meleágro: depoimento e pesquisa sobre a magia branca no Brasil (1951); Dicionário do folclore brasileiro (1954); História do Rio Grande do Norte (1955); Geografia do Brasil holandês (1956); Jangadas: uma pesquisa etnográfica (1957); Rede de dormir (1959); A cozinha africana no Brasil (1964); Made in Africa: pesquisa e notas (1965); História da República no Rio Grande do Norte (1965); Prelúdio da cachaça (1968); História da alimentação no Brasil (1967-1968); Ensaios de etnografia brasileira (1971); Sociologia da açúcar: pesquisa e dedução (1971); A vaquejada nordestina e suas origens (1974); Antologia da alimentação no Brasil (1977).

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Turismo Sexual


Os portugueses, a par com os italianos, são os principais clientes do turismo sexual no Brasil. De acordo com um estudo realizado durante seis meses em todo o território brasileiro, os nossos compatriotas e os italianos somam mais de 50 por cento de todos os turistas do mundo que vão ao Brasil especificamente à procura de sexo. Os turistas sexuais têm geralmente idades entre os 20 e 40 anos.

Segundo o estudo, realizado pela Organização Mundial do Turismo (OMT), os turistas sexuais chegam ao Brasil em voos fretados, têm uma situação financeira confortável, são geralmente atraentes e têm, na sua maioria, entre 20 e 40 anos.
Esse dado destrói um mito antigo, segundo o qual o turista sexual era homem de meia-idade ou mais, sem muita beleza ou dinheiro.
Os turistas sexuais que chegam ao Brasil, ainda de acordo com o estudo, procuram sobretudo sexo com adultos. Segundo a socióloga Mirtes Albuquerque, uma das coordenadoras do estudo, os dados colhidos entre prostitutas, turistas e outros intervenientes nesse mercado dão conta de que apenas 10 por cento dos estrangeiros procuram mulheres com menos de 18 anos.

A seguir aos portugueses e italianos, os holandeses, norte-americanos e, em menor grau, os ingleses e espanhóis, são os que mais fazem turismo sexual no Brasil. E, de entre todas as grandes capitais brasileiras, as mais procuradas por esses turistas continuam a ser as de estados do Nordeste, como Recife, em Pernambuco, Salvador, na Bahia, e Fortaleza, no Ceará. Aqui em Natal, o turismo sexual também já se vai tornando um flagelo social, que tem sido combatido de forma incorrecta e as redes internacionais de tráfico de mulheres são facilmente identificáveis. È com algum embaraço, que muitas vezes vejo alguns compatriotas a terem comportamentos pouco dignos por estas paragens. Muitos deles até são caras conhecidas da nossa praça, que aproveitam a passagem pelos trópicos para extravasar as suas taras. Ou serão frustrações!?

domingo, 28 de janeiro de 2007

Lagosta à Capitão-Mor


Desde que descobri, que o sexo oposto fica visívelmente impressionado com os dotes culinários masculinos, decidi aprofundar os meus conhecimentos teóricos e prácticos desta arte. Iniciei-me nestas lides com pratos mais simples, mais tarde arrisquei a confecção de pratos mais elaborados e lentamente fui inventando algumas receitas próprias. Hoje, decidi partilhar uma destas receitas convosco. Bem sei que o preço da lagosta nestas paragens é bem mais acessível, mas vale sempre a pena investir um pouco mais num jantar romântico a dois. Não concordam?

INGREDIENTES:
1 kilo de lagosta ao natural
10 dentes de alho (grandes) ou 2 colheres de pasta de alho
sal a gosto
1 colher de sopa de ervas variadas a gosto
2 cebolas picadas
1 pimentão verde picado
1 pimentão vermelho picado
4 tomates maduros picados
4 raminhos de coentro picados
1/2 chávena de azeite

MODO DE PREPARO:
Cozinhem a lagosta numa panela de pressão durante dez minutos, usando pouca água e colocando um fio de azeite.
Depois de cozida escorram toda a água e deixem arrefecer.
Separem a carne da casca e retirem a veia de fel na parte superior do corpo.
Acrescentem o alho amassado, juntamente com as ervas.
Deixem apurar o gosto por, no mínimo, trinta minutos.
Fervam o óleo em fogo brando e fritem os pedaços de lagosta.
Sirvam ainda quente.
Os demais ingredientes devem ser refogados no óleo usado para a fritura e servidos como complemento.
Procedam da mesma forma para com o lombo da lagosta, que apenas deve ser cozido por vinte minutos em panela normal, também acrescentando um fio de azeite, escorrendo toda a água após a fervura.
Tempo de preparo: 1.00h
Vinhos aconselhados: Muralhas de Monção (verde) ou Bucelas (branco maduro) bem gelados.

Lugares homónimos


E esta iguaria bem que poderia ser servida neste restaurante, que descobri numa das minhas navegações pela internet. Fica localizado em Lagos - Algarve. Parece ser um local bem castiço...

sábado, 27 de janeiro de 2007

A Grande Família - O Filme


A casa de Nenê (Marieta Severo) e Lineu (Marcos Nanini) e a pastelaria do Beiçola (Marcos Oliveira) estão visivelmente ampliadas e com novas cores. A residência de Agostinho (Pedro Cardoso) e Bebel (Guta Stresser) também passou por reformas. E até o salão de Marilda (Andréia Beltrão), como diz a actriz, ganhou um up-grade, ou seja, tornou-se uma simpática casinha duplex. A série "A Grande Família", que já tem 6 anos no ar, e audiência de novelas das 20h - a série mantém a média de 45 pontos - veio parar nas telas de cinema - com a trupe completa e, com direito a muitas confusões. A história do filme gira em torno da notícia de que Lineu - O patriarca da família Silva, interpretado por Marco Nanini - poderá estar com cancro no pulmão. Ao retornar do enterro de um colega de repartição, Lineu (Marco Nanini) sente-se mal e vai ao médico, de onde sai com a certeza quase absoluta de que morrerá em breve. Deprimido, ele esconde a situação da família e desiste de ir ao tradicional baile onde começou a namorar Nenê (Marieta Severo). Sem entender o que está a acontecer, Nenê decide provocar o marido e convida um ex-namorado, Carlinhos (Paulo Betti), para o baile. A chegada de Carlinhos atiça Agostinho (Pedro Cardoso) e Tuco (Lúcio Mauro Filho), que buscam algum meio de se aproveitarem dele, além de atrair a atenção de Marilda (Andréa Beltrão), que deseja conquistá-lo. A situação piora ainda mais quando Mendonça (Tonico Pereira), colega de trabalho de Lineu, tenta melhorar o seu ânimo ao tentar envolvê-lo com uma nova funcionária, Marina (Dira Paes).
Esta é uma das raras séries que gosto de ver na televisão pública brasileira, habitualmente exibida na rede Globo todas as quintas-feiras. Em Portugal, creio que podem assistir a algumas trapalhadas desta alegre família no canal GNT da TVCabo. Esta versão cinematográfica, estreou ontem nas salas de cinema de todo o Brasil.

Título Original: A Grande Família - O Filme
País de Origem/Ano de Produção: Brasil (2006)
Realização: Maurício Farias
Elenco: Marcos Nanini
Marieta Severo
Andréa Beltrão
Lúcio Mauro Filho
Pedro Cardoso...

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Serra da Estrela


Apesar das modas mais recentes, apontarem a Sierra Nevada como um dos destinos de neve mais populares destes últimos anos, eu continuo a preferir a nossa Serra da Estrela. Esta escolha não se baseia apenas numa atitude nacionalista. As infraestruturas melhoraram bastante, existem boas unidades hoteleiras, fica mais perto e a gastronomia local é de fazer crescer água na boca. Este fim de semana apetecia-me dar um saltinho até lá para brincar um pouco com a neve. Gostava de sentir um pouco de frio, uma sensação física que esqueci quase por completo em mais de dois anos de trópicos.

Sandboard

Neve foi algo nunca visto por estas latitudes. Na impossibilidade de se praticarem os tradicionais desportos de inverno, aproveitam-se as numerosas dunas da região para fazer sandboard.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Ronda Nocturna - Seven Pub










Este é um dos espaços da cidade que previligia a música ao vivo. Tem apenas o inconveniente de ser um espaço fechado, que se torna bastante quente em noites de maior agitação.A melhor quinta-feira de Natal. Hoje, também vou colocar algumas fotografias de uns rapazotes mais ou menos apresentáveis para regalo da ala feminina.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Em semana de BTL...

Quem se deslocar ao certame é bem capaz de ver algumas destas imagens. O Turismo do Brasil aposta sempre forte no evento de Lisboa, visto que Portugal já é o principal mercado emissor de turistas para o Nordeste brasileiro.

Investimentos portugueses no Brasil


Estudo do ICEP revela que já existem 666 empresas nacionais no mercado brasileiro .
As 666 empresas portuguesas que actuam no Brasil já deverão ter investido cerca de 20 mil milhões de dólares naquele mercado e já são responsáveis pela criação de 110 mil postos de trabalho, revelam as projecções de um estudo realizado por uma equipa de investigadores e patrocinado pelo Instituto do Comércio Externo de Portugal (ICEP). As estatísticas só contabilizam 11,2 mil milhões de dólares investidos, mas só contam com os investimentos realizados a partir de Portugal e não registam os recursos enviados pelas empresas portuguesas a partir de outros países ou mesmo de paraísos fiscais, pelo que o investimento real deverá ser bem superior.

O portuguesas no Brasil actuam em todos os sectores da economia, mas actualmente é o turismo na região Nordeste do Brasil o grande receptor de investimentos nacionais. Trata-se da terceira vaga de investimentos, que decorre de 2002 até à actualidade, marcada por pequenos e médios investidores. A primeira fase caracterizou-se pelos investimentos de um grupo reduzido de empresas que, isoladamente, se foram estabelecendo no Brasil, entre os anos de 1960 a 1995. Nesse grupo, destaca-se o Banco Espírito Santo (BES), que está desde 1975 no Brasil, país onde actualmente o grupo financeiro mantém o maior volume de investimentos no estrangeiro.

A segunda vaga e a maior delas em termos de volume de investimentos registou-se entre 1996 e 2001, período em que o Brasil promoveu as privatizações de grandes empresas públicas, nomeadamente nos sectores de telecomunicações e de energia. Época em que Portugal foi o maior investidor estrangeiro per capita, com o Brasil a receber 42% de todo o investimento português no exterior.

Os grupos Portugal Telecom (PT) e EDP - Energias de Portugal lideraram os investimentos nesse período, ao vencerem concursos públicos de privatização de operadoras de telefonia móvel, como a Telesp Celular, e de distribuidoras de energia eléctrica, como a Bandeirante, Escelsa e Enersul. O grupo Pestana também assinalou a sua entrada no Brasil nesse período, ao adquirir um hotel no Rio de Janeiro. Actualmente, a rede hoteleira detém sete unidades, representando um investimento total de cerca de 100 milhões de euros naquele mercado. A meta é atingir a marca de dez hotéis até 2007, segundo o presidente do grupo, Dionísio Pestana.

Um terço das empresas portuguesas no Brasil registou uma facturação 50% superior no ano passado, face a 2003, o que faz com que 71,4% delas estejam actualmente em processo de expansão da actividade, salienta o estudo. E as subsidiárias brasileiras já contribuem em média com a 25% do seu volume total de negócio. Instadas a responder à questão sobre se "voltariam a investir hoje no Brasil", 96% das empresas responderam afirmativamente. Mas a recente valorização da moeda brasileira tem levado algumas delas a fazerem o caminho inverso. No fim de Setembro, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) encaixou 638,9 milhões de euros com a venda da participação que detinha no Unibanco, a terceira maior instituição privada brasileira.

O grande desafio do futuro é fazer com que os investimentos portugueses estimulem o aumento das exportações para o Brasil, actualmente em torno de 250 mil milhões de dólares. O comércio bilateral ascendeu a mais de mil milhões de dólares no ano passado, o maior de sempre, com um saldo francamente favorável ao Brasil
Fontes: ICEP/Agência Lusa

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

O problema dos brasileiros

Na semana passada, numa das minhas navegações pela internet, deparei-me com um artigo bastante interessante do advogado Miguel Reis que sintetiza da melhor forma, as actuais relações diplomáticas entre Portugal e Brasil. Não concordo com todos os pontos de vista apresentados, mas vale a pena reflectir sobre os problemas que provocam sérias divergências entre os dois supostos países irmãos.

O que foi anunciado em termos de acordo entre Portugal e o Brasil para,
alegadamente, resolver o problema dos brasileiros que vivem irregularmente em Portugal não augura nada de bom para as relações entre os dois países. Os brasileiros são doces na fala mas não brincam em trabalho e já estou a imaginar como vão reagir os quadros portugueses que forem obrigados a esperar em Buenos Aires ou em Santiago os dias compensatórios da espera que o governo português promete, em Vigo ou em Sevilha, para os brasileiros da Costa da Caparica.

Esta de ter que ir ali ao lado para colher um visto, que só pode ser concedido depois de consultar Lisboa, não passa pela cabeça de ninguém.
Há por aí uns génios que continuam a imaginar um Brasil em que as pessoas andam de tanga e falam guarini. Esse Brasil já não existe; o Brasil real tem muitos aspectos em que a administração pública é superiormente evoluída por relação à portuguesa.

O problema do relacionamento entre Portugal e o Brasil é muito delicado e começa no modo como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras vem tratando os cidadãos brasileiros que chegam a Portugal, mesmo os que são considerados emigrantes pela lei portuguesa.Mesmo que os brasileiros continuem a sorrir com aquele seu ar superdelicado, esse mau tratamento pode vir a ter implicações gravíssimas para as comunidades de portugueses residentes no Brasil.

"No Brasil, um português só não pode ser Presidente da República". De resto encontramo-los por todo o lado, desde a magistratura judicial à do ministério público, passando pelos governos dos estados e pelas autarquias.
Portugal não sabe quantos portugueses há no Brasil, pela simples razão de que nunca quis adoptar um mecanismo idóneo de recenseamento. O que conta para os números oficiais são as inscrições consulares que, paradoxalmente, não podem fazer-se pelo correio, pela internet ou no quadro de uma cooperação com as dezenas de associações de emigrantes portugueses existentes no Brasil.
É, porém, pacifico que os emigrantes portugueses no Brasil - considerando os que como tal são classificados pela lei - são mais de três milhões. Uns são portugueses, outros são binacionais e outros (filhos de portugueses) têm apenas a nacionalidade brasileira.
Uns têm a sua situação regularizada de acordo com as leis da imigração brasileira. Outros, entre os quais muitos quadros de empresas portuguesas, vivem no Brasil em situação irregular.

O tratamento que está a ser dado aos brasileiros que aportam a Portugal é vexatório e é aí que reside a raiz do problema. Os portugueses entram à vontade no Brasil, sem que alguém lhes pergunte o que vão fazer, que lugares vão visitar, o que é que sabem dos pontos turísticos do Brasil. Cada brasileiro que entra em Portugal, se não se tiver preparado muito bem para responder aos agentes do SEF corre o risco de ser detido e devolvido à procedência no próximo avião.
O modo como é feito o inquérito, aproveitando o efeito surpresa e não facultando ao detido (porque é de uma efectiva detenção que se trata) a assistência de advogado é absolutamente incompreensível para pessoas que, pese embora algumas deficiências que o Brasil ainda tem, estão habituadas a um nível de garantismo muito superior ao nosso.

Os brasileiros têm o direito de entrar no País sem visto, podendo aqui permanecer durante noventa dias.
É certo que a lei prevê que possa ser impedida a sua entrada, se o cidadão for suspeito de querer imigrar. Parece-me, porém, que esta medida só deve ser adoptada se as suspeitas existirem antes da própria entrada do cidadão no território nacional e não em consequência do interrogatório a que o visitante é sujeito depois da detenção.
Os brasileiros são muito ciosos da sua dignidade e da sua independência e não tolerarão esta injúria por muito tempo. É muito provável que se repitam a breve prazo situações de recusa de entrada a portugueses que viagem para o Brasil, usando os mesmos métodos que são usados pelo SEF e acabando com a liberdade de circulação que nos tem sido outorgada. Anoto a propósito, que o número de viajantes transportados pelos operadores turísticos continua a ser muito inferior ao dos que se deslocam ao Brasil apoiando a sua estadia nos familiares e nos amigos.

O drama está em que esse caminho pode abrir uma tragédia para as comunidades de portugueses residentes no Brasil.Conversei recentemente com um membro do Congresso, que me deu conta de que está em preparação um projecto visando "o estabelecimento de uma rigorosa reciprocidade de direitos", o que passa, desde logo, pela eliminação dos normativos da Constituição Federal que discriminam positivamente os portugueses. Disse-me esse congressista, por acaso descendente de portugueses, que as medidas devem ir mais longe.

Na hipótese de haver expulsão de brasileiros de Portugal por se encontrarem em situação irregular, entende ele que devem ser expulsos do Brasil os portugueses que também estão em situação irregular, a começar por muitos quadros das companhias portuguesas que operam no Brasil.Mas, para além disso há quem entenda que devem ser anulados para o futuro todos os privilégios de que os portugueses beneficiaram, a não ser que eles renunciem à nacionalidade portuguesa e adquiram, se para tanto tiverem condições, a nacionalidade brasileira.

Para além de milhares de funcionários públicos em posições que os brasileiros nunca poderiam ocupar em Portugal, volta a falar-se da questão das equivalências universitárias.
O Brasil reconhece a maioria dos diplomas emitidos por universidades portuguesas. Em contrapartida, uma boa parte dos cursos universitários mais reputados no Brasil não têm reconhecimento prático em Portugal.

Sem prejuízo da necessidade de regular, de uma forma mais rigorosa as condições da imigração, Portugal só tem a ganhar se aproximar as facilidades concedidas aos brasileiros daquelas que o Brasil concede aos portugueses, ainda que, em muitos casos, de modo quase informal. Pensar de modo diverso é afectar de forma muito grave a situação da numerosa comunidade portuguesa no Brasil, que continua a crescer todos os dias, aliás com emigrantes ilegais, como são quase todos os que se instalaram para investir nos últimos anos no Nordeste.

A questão de fundo é simples de adivinhar numa conversa solta com qualquer político brasileiro. Eles gostam de nós quando somos solidários com eles e não usam as palavras adequadas para classificar esta magna questão. Mas dá para entender que pensam que Portugal continua a portar-se, nalguns aspectos, com o síndroma da velha potência colonial.Por isso - dizem - se inventam cada vez mais anedotas de portugueses. O singular é que elas deixaram de falar dos Manoeis do Brasil, para falar dos Manueis de Portugal.
Sutilesas, como dizem os brasileiros.

Artigo de Miguel Reis (Advogado) in Portugal Expresso (Junho 2006)

domingo, 21 de janeiro de 2007

NIP/TUCK


Nip/Tuck é uma polémica série dramática norte-americana. Foi criada por Ryan Murphy para o canal a cabo FX Networks e logo se tornou um fenómeno de audiência.
Nip/Tuck segue a vida de dois cirurgiões plásticos de Miami, Sean McNamara (Dylan Walsh) e Christian Troy (Julian McMahon). A série, embora não seja estritamente uma telenovela, apresenta alguns “story arcs” (tramas que se desenvolvem ao longo da série e que se ligam ao longo dos episódios). Na sua estréia, Nip/Tuck foi a série de maior audiência na TV cabo americana, e o maior índice de audiência de séries de TV cabo entre telespectadores de 18-49 e 25-54 anos de idade. A primeira temporada teve uma média de 3,25 milhões de telespectadores por espísodio. A série tem atraído críticas de grupos como o Parents Television Council e outros devido às suas cenas explícitas de procedimentos cirúrgicos e actos sexuais.
Esta é a minha série preferida da actualidade, que sigo religiosamente todas as semanas. No Brasil, é transmitida via cabo pela FOX e no canal aberto SBT (Domingos -23h,horário de Brasília). Em Portugal creio que é transmitida pela FOX Life aos fins de semana. As caixas das primeiras temporadas, também já se encontram disponíveis para aluguer e venda directa. Abaixo, traço as linhas gerais das duas personagens principais.

Dr. Sean McNamara (Dylan Walsh) - Um cirurgião plástico perto da meia idade tentando aceitar as escolhas que tomou na sua vida. É co-fundador da clinica de cirurgia plástica McNamara/Troy e tem como sócio seu melhor amigo, Christian Troy. Casou com a sua namorada de faculdade Julia McNamara por 17 anos (atualmente estão divorciados). Tem dois filhos, Matt McNamara e Annie McNamara.

Dr. Christian Troy (Julian McMahon) - Um cirurgião plástico mulherengo a entrar na meia idade. O melhor amigo de Sean McNamara e parceiro de negócios. Pai biológico de Matt McNamara. Tem uma namorada “vai e volta” chamada Kimber Henry. E tem uma paixão secreta pela mulher do seu melhor amigo.

Trailer - NIP/TUCK

Melhor do que palavras, é visionar algumas imagens da série.

sábado, 20 de janeiro de 2007

Tambaba



Esta é a única praia oficial de nudismo em todo o Nordeste brasileiro, pequena, cercada por rochas e falésias. Homens desacompanhados de mulheres não podem entrar, nem é permitido fotografar ou filmar os frequentadores do local. Pelo acesso principal, asfaltado, existe um trecho para quem usa trajes de banho. Fica localizada a cerca de 225Km de Natal, no estado da Paraíba, nas proximidades de sua capital João Pessoa. Trata-se de uma das praias mais bonitas da região, com extensas áreas desertas, suas enormes falésias avermelhadas e sem qualquer tipo de urbanização.
Aos que se derem ao trabalho de visitar a página deste balneário paraíbano, chamo a atenção para a pousada Dom Quinzote onde o nudismo é obrigatório para todos os hóspedes. Uma pequena dúvida...Onde é que este pessoal guarda a carteira?
www.tambaba.com.br

88º Campeonato Estadual



O ano de 2007, começa cheio de entusiasmo e expectativas para a abertura do Campeonato Estadual de Futebol Profissional de 2007. Este sábado, terá início a 88ª edição do campeonato estadual do Rio Grande do Norte que terá como principais atractivos, a eterna rivalidade entre os dois principais clubes da cidade - América/RN e ABC e observar o comportamento de algumas equipas do interior do estado que causam bastantes surpresas. Este ano, o América após a disputa do estadual e Copa RN, irá participar da série A do campeonato brasileiro, conquistada na época passada, após dez anos de ausência na divisão primidivisionária.
Este ano participam doze clubes dentre eles, ABC, AMÉRICA, ALECRIM FC, ASSU, CORINTIANS DE CAICÓ, SÃO GONÇALO, MACAU, SANTA CRUZ, POTIGUAR(PARNAMIRIM),POTIGUAR(MOSSORÓ), BARAÚNAS E GUAMARÉ.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Cangaceiros



Diz-se no Nordeste do Brasil, dos criminosos errantes, isolado ou em grupo, que viviam de de assaltos e saques, perseguidos, até à prisão ou morte numa luta com tropas da polícia ou com outro bando de cangaceiros.
Os tipos de cangaceiros são os mais variados, e múltiplas as razões que os levaram ao crime. Há, desde uma tendência criminosa, a sugestão irradiante dos grandes cangaceiros, determinando a fuga de rapazes para juntar-se ao grupo, até o primeiro homicídio por motivo de honra privada, sempre julgado como punição justa. O fora-da-lei passa a viver debaixo do cangaço, oculto pelos protectores políticos ou pessoas a quem paga para que o informem dos movimentos da polícia, - os coiteiros – e chefiando a malta nos momentos de luta.
Há figuras de relativa nobreza, corajosos, incapazes de uma violência contra mulheres, crianças ou velhos, como Jesuíno Brilhante, e há os brutais como Lampião.

Jesuíno Brilhante
Jesuíno Alves de Melo Calado, depois chamado Jesuíno Brilhante, foi o cangaceiro gentil-homem, o bandoleiro romântico, espécie matuta de Robin Hood, adorado pela população pobre, defensor dos fracos, dos anciões oprimidos, das moças ultrajadas, das crianças agredidas.
Nasceu em Tuiuiú, Patu, Rio Grande do Norte, em 1844 e morreu a lutar em Santo Antônio, Águas do Riacho dos Porcos, Brejo da Cruz, Paraíba, em fins de 1879. Sepultaram-no no mato, no lugar “Palha”.O seu crânio, exumado pelo seu amigo Dr. Francisco Pinheiro de Almeida Castro, esteve durante muito tempo na Escola Normal de Mossoró e foi presenteado no Rio de Janeiro ao Prof. Dr. Juliano Moreira.
Uma rixa de sua família com a família dos Limões, em Patu, valentões protegidos pelos políticos, tornou-o de pacato agricultor em chefe de bando invencível em 1871. Ficaram famosos os assaltos à cadeia de Pombal (PE) para libertar seu irmão Lucas (1874) e, no ano de 1876, à cidade do Martins (RN). Cercados pela polícia local, Jesuíno e seus dez companheiros abriram passagem através das casas, rompendo as paredes, cantando a cantiga “Curujinha” e desapareceram. Ia sempre, disfarçado, às cidades maiores, hospedava-se em residências amigas, adquirindo munição e víveres. Durante a “Seca dos dois sete” (1877) arrebatava os víveres dos comboios oficiais para distribuí-los com os famintos. Nunca exigiu dinheiro ou matou para roubar. Sua popularidade prestigiosa perdura na memória do sertão do Oeste norte-rio-grandense e fronteira paraibana com admiração e louvor inalteráveis.
Rodolfo Teófilo estudou-o no seu romance Os Brilhantes e Gustavo Barroso, num ensaio no Heróis e Bandidos; Rodrigues de Carvalho publicou o “A.B.C. de Jesuíno Brilhante” no Cancioneiro do Norte.

Virgolino Ferreira da Silva, nasceu em Vila Bela, atual Serra Talhada, 1898 ou 1900 e morreu numa gruta da fazenda Angicos, Porto da Folha, Sergipe, em 1938.
Começou, por volta de 1917, a vida de cangaço de Virgolino, que conquistou o apelido de Lampião quando, num de seus encontros com a polícia, se gabava de que, no decorrer de uma luta, sua espingarda não deixava de ter clarão, “tal qual um lampião”.
As lutas de famílias propiciaram o banditismo, em que coiteiros, por hostilidade aos inimigos de Lampião, ou temor de represálias que não tinham limites, cooperavam para o insucesso da perseguição policial.
Com Lampião vigorou a lei do extermínio, indo da violação ao incêndio, do saque ao assassinato frio. Na época da Coluna Prestes, Lampião foi convidado a colaborar com o governo por intermédio do padre Cícero, que lhe ofereceu a patente de capitão. Aproveitou-se do momento para armar melhor todo o seu bando. Fazia dos sertões de Sergipe e da Bahia seu quartel-general, de onde irradiava sua influência para os outros Estados do Nordeste, como Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Chegou a investir contra a cidade de Mossoró, que só se salvou pela ação de seus moradores. Cercou e dominou várias cidades e povoados da região, saqueando o comércio, devastando fazendas, sacrificando vidas.
Em 1929, Lampião conheceu Maria Bonita, que abandonou o marido para acompanhá-lo.
Morreu na fazenda de Angicos, em Sergipe, onde foi surpreendido pela volante de João Bezerra, da polícia de Alagoas, juntamente com Maria Bonita e alguns dos seus companheiros. Os cadáveres foram mutilados. As cabeças de Lampião, Maria Bonita, Luís Pedro e outros ficaram, quase 30 anos, expostos ao público, em Salvador, no Museu Nina Rodrigues.
As façanhas de Lampião geraram todo um ciclo na literatura de cordel do Nordeste e inúmeras referências cinematográficas.

Baile Perfumado


Amigo íntimo do Padre Cícero (Jofre Soares), o mascate libanês Benjamin Abrahão (Duda Mamberti) decide filmar Lampião (Luís Carlos Vasconcelos) e todo o seu bando, pois acredita que este filme o deixará muito rico. Após alguns contatos iniciais ele conversa directamente com o famoso cangaceiro e expõe sua idéia, mas os sonhos do mascate são prejudicados pela ditadura do Estado Novo. Este é um dos inúmeros filmes que abordam a temática do cangaço no Nordeste do Brasil. O mais famoso deles será sem sombra de dúvidas,Cangaceiro (1953), realizado por Lima Barreto.

Título Original: Baile Perfumado
País Origem/Ano de Produção: Brasil (1997)
Realização:Paulo Caldas e Lírio Ferreira
Elenco: Duda Mamberti
Luís Carlos Vasconcelos
Aramis Trindade
Giovana Gold...

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

E o Brasil aqui tão perto...


Muitas vezes, fazem-me bastantes perguntas sobre a recente moda de adquirir imóveis de férias no Brasil. Para melhor vos esclarecer, decidi recuperar um artigo da revista Visão ,ainda bastante actualizado e que vos poderá esclarecer melhor. Para o final, deixo alguns conselhos básicos para todos aqueles que pretendam adquirir uma casa por estas paragens para férias, investimento ou com o intuito de se tornarem residentes permanentes.

Cada vez mais portugueses compram casas de férias no Nordeste brasileiro. Por 60 mil euros, é pegar ou largar quatro assoalhadas com vista para uma praia exótica. Mas também há dissabores à espreita.
Calor no Inverno ou no Verão, praias de areia branca e água do mar quente e transparente, gozadas ao sabor de caipirinhas e ao som do forró, a música tradicional do Nordeste brasileiro. A imagem parece tirada de um postal, mas, depois de terem ido atrás da publicidade, muitos portugueses querem mais do que fazer as malas e ficar em hotéis. Estão mesmo a comprar as suas casas de férias por ali e alguns deles acabam por fixar residência e montar os seus próprios negócios nestas regiões, longe do stress da vida nas grandes cidades.

Há vários anos que as imediações da praia de Pipa, perto da cidade de Natal, servem de refúgio a políticos, futebolistas e empresários lusos. O privilégio, porém, já não abençoa só os mais endinheirados. A desvalorização do real face à nossa moeda e a descida dos preços das viagens foram (são) factores que democratizaram a procura. O passa palavra encarregou-se do resto.
As ofertas são muitas e, por pouco mais de 60 mil euros, uma casa à beira da praia, com quatro assoalhadas, torna-se realidade. O negócio é tentador e está a seis/oito horas de avião. «A viagem acaba por demorar quase tanto tempo como uma ida ao Algarve de carro em pleno Verão. Depois, a vida lá é muito mais barata», publicita Fernanda Silva, 45 anos, dona de uma imobiliária em Coimbra.

Com perto de 25 mil euros, ela e o marido, António, esperam construir a sua casa de férias num empreendimento na Lagoa do Iguape, a 46 quilómetros de Fortaleza. O terreno, com 800 metros quadrados, custou há um ano menos de três mil euros. Concluído o licenciamento e aprovado o projecto, o casal quer começar a erguer a casa no início do próximo ano – e o seu filho exulta com o novo poiso estival.
É uma autêntica invasão portuguesa do litoral nordestino brasileiro. Se alguns procuram locais quase desconhecidos – como Galinhos, a 170 quilómetros de Pipa, onde só é possível chegar de carroça –, outros preferem ficar mais próximos das cidades e da animação nocturna. Na praia de Pipa, por exemplo, a forte procura portuguesa fez já disparar os preços. Um lote com 800 metros quadrados no centro vale agora 60 mil euros – mas fora da localidade o preço pode baixar para os nove mil.

Negócios chorudos

Vítor Filipe, 52 anos, gestor e presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, conta formalizar, dentro de pouco tempo, a compra de um bungalow num empreendimento colado a um hotel. Sobre a baía dos Golfinhos, perto de Pipa, fica com um T4 de luxo, electrodomésticos incluídos, por 90 mil euros. A paixão por estas paisagens, partilhada com a esposa, é antiga, mas só se decidiu na última ida, quando conheceu o local onde o seu advogado, também sócio daquele hotel, está a promover um condomínio fechado. «Fiquei encantado», revela. O impacto foi tal que Vítor Filipe fez, na hora, a pré--reserva de um dos bungalows , sem ver, sequer, a maqueta do projecto. Agora, aguarda para conhecer os pormenores e fechar o negócio.

Foi também com a casa ainda no papel que Fernando Sanches, 62 anos, assessor da administração da companhia aérea EuroAtlantic Airways, comprou há um ano um apartamento em Ponta Negra, Natal, por cerca de 30 mil euros. «Há algum tempo comecei a pensar no Nordeste brasileiro, que está em franco desenvolvimento, é seguro, tem temperaturas amenas e água do mar muito quente, entre 27 a 30 graus», explica. O assessor, que viveu sete anos no Brasil, espera receber a chave do seu apartamento, com três assoalhadas, no início do próximo ano. E já pensa em pôr o investimento a render: o apartamento vale agora mais do dobro e nada melhor do que entregá-lo a agências de aluguer, quando não precisar dele.

De pé atrás

O retorno parece garantido. Há mesmo quem compre terrenos para mais tarde os vender. Alexandra Mourão, 34 anos, há cinco no Brasil, adquiriu em 2002 um lote, em Água Fria, na zona nobre de Fortaleza, por 10 800 euros, e há pouco tempo ofereceram-lhe 18 mil por ele. «Ganha-se muito dinheiro com a venda de casas. A procura aumentou muito e a vinda dos portugueses encareceu o custo de vida no Ceará», desabafa a empresária. Apesar da subida dos preços, os terrenos e a mão-de-obra continuam a ser bastante mais baratos do que em Portugal. Com 24 mil euros constrói--se uma casa, com materiais e operários incluídos. Mas, atenção: estes são valores para os casos em que a obra é contratada por brasileiros. Se assim não for, a factura dispara. «Os preços podem subir para os estrangeiros», avisa Alexandra Mourão. «Em vez de pedirem 7,50 euros por cada dia de trabalho, pedem nove.»

«Quem quer comprar casa no Brasil deve conhecer bem os locais primeiro», aconselha ela. A imagem idílica que muitas vezes se cria pode facilmente cair por terra quando se verifica que, a pouco mais de 30 quilómetros de cidades como Fortaleza, onde despontam as praias mais bonitas, as redes de água e de esgotos não passam de miragens. «Mesmo quando existem, não têm a qualidade das portuguesas», esclarece Alexandra Mourão. No entanto, os problemas não ficam por aí: «A criminalidade tem aumentado. Muita gente sai do centro de Fortaleza por causa das favelas. E há também o turismo sexual, que cresceu bastante», alerta a empresária. Ainda assim, só a região do Ceará tem uma dimensão semelhante à de Portugal continental. Há muito por onde escolher.

Artigo de Rita Montez in Visão (18/09/2005)

Lista de cuidados básicos a ter na compra de casa no Nordeste brasileiro:

Exigir a carta topográfica do local, onde estão descritas as características do terreno.

Comprar apenas através de mediadores credenciados.

Perto de lagos e rios é frequente existirem mosquitos, incluindo os transmissores de dengue.

Os terrenos alagadiços são frequentes.

Confirmar que não existem hipotecas e penhoras e se o terreno está legalizado para construção.

Quem pretender obter um visto de residência no Brasil, a compra de um imóvel pode ser o passaporte mais eficaz. Pode-se requerer o visto de investidor que exige um investimento mínimo de 50.000 dólares no país e a compra do imóvel pode contar como parcela deste investimento. Existem regras diferenciadas para aposentados que possuam rendimentos de nível médio, comprovados por via bancária.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Pêra, uva ou maçã?


Quais as frutas que estimulam sexualmente as mulheres? E porquê? As italianas respondem:
Pelo significado: Maçã
Pelo formato: Banana
Pelo sabor: Morango

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Vaquejada - Paixão Nordestina

Pelos meados da década de 40, mas sem registos precisos de data, a corrida de mourão começou-se a tornar um desporto popular na região nordeste, na medida em que os vaqueiros das fazendas do sul da Bahia ao norte do Ceará, começaram a tornar públicas as suas habilidades e de seus cavalos na lida com o gado. O rebanho, criado solto na caatinga e no cerrado, era manejado pelo sertanejo com muita dificuldade, devido a quantidade de espinhos e pontas de galhos secos que entrelaçavam seu caminho; os laços quase sempre ficavam atados às selas enquanto os vaqueiros faziam verdadeiros malabarismos, com o animal em movimento, para escapar dos arranhões e derrubar, pelo rabo, o animal que estivesse precisando de alguma assistência. Com o passar do tempo as montarias, que eram basicamente formadas por cavalos nativos daquela região, foram sendo substituídas por animais de melhor linhagem. O chão de terra batida e cascalho, companheiro dos peões aboiadores , deu seu lugar a uma superfície de areia, com limites definidos e um regulamento. Uma banda de forró, dois repentistas e muita mulher bonita, acabaram fazendo do nordestino de hoje, sem o laço e sem o gibão, um desportista nato e orgulhoso de suas raízes. Com o passar do tempo, o desporto se popularizou de tal forma que existem clubes e associações de vaqueiros em todos os estados do nordeste, calendários com datas marcadas e até patrocinadores de peso, dando apoio aos eventos, que envolvem um espírito de competição e um clima de festa capaz de arrastar multidões.
A vaquejada é a festa mais popular e tradicional do ciclo do gado nordestino. De início a vaquejada, marcava apenas o encerramento festivo de uma etapa de trabalho. Reunir o gado, ferrá-lo, castrá-lo e depois conduzi-lo para a "invernada" onde ainda existissem pastos verdes - esse era o trabalho essencial dos vaqueiros. Os coroneis e senhores de engenho, após perceberem que a vaquejada poderia ser um passatempo para as suas mulheres, e seus filhos, tornaram a festa um novo desporto.
Quando perceberam que a vaquejada poderia ser um desporto os coroneis e senhores de engenho começaram a organizar algumas disputas, onde os participantes eram os seus vaqueiros. Atualmente, a vaquejada é uma festa que se comemora sobre um cenário em que dois personagens essenciais são os bois e o vaqueiro. Estas festas tinham como principais características:
- Os participantes eram apenas os vaqueiros dos coroneis.
- Os coroneis faziam apostas entre si.
- Não existiam as famosas inscrições.
- Não existiam premiações para os campeões
- Os coronéis davam um "agrado" para os vaqueiros que ganhavam
Após alguns anos de vaquejada como sendo um esporte restrito aos vaqueiros de senhores de engenho ou de coroneis, pequenos fazendeiros começaram a promover algumas vaquejadas, onde para se participar era preciso apenas que se pagasse uma pequena quantia em dinheiro, e era concedido ao vaqueiro que tinha pago, a oportunidade de se participar da festa, algumas regras foram criadas para este novo modelo de vaquejada. Cada dupla teria direito a correr três bois, onde o
primeiro boi teria um valor de pontuação correspondente a 8 (oitos) pontos,o segundo boi 9 (nove) pontos, e o terceiro boi valendo 10 (dez) pontos, estes pontos eram somados e no final era feita a contagem de pontos, a dupla que somasse mais ponto era considerada a campeã, e recebia um valor em dinheiro. Este tipo de vaquejada foi, e ainda é popularmente chamado de "Bolão".
Aqui estão algumas palavras tiradas dos peões da VAQUEJADA no Nordeste.

Peitoral - É a faixa de couro para proteger o peito do animal de possíveis acidentes na pista.
Véstia ou gibão - Espécie de casaco que o vaqueiro veste sobre a camisa.
Guarda Peito - Tem a finalidade de proteger o tórax do vaqueiro. É ligado por correias ou tiras em forma de X, po trás dos ombros.
Perneiras ou guardas - O vaqueiro veste para proteger-se até a cintura contra espinhos ou outros riscos em sua ação na pista.
Boi riscado - Quando o boi pára bruscamente.
Mandioqueiro ou Jacu - Vaqueiro iniciante.
Afundar a mão - O vaqueiro impulsiona mão para baixo no momento em que se prepara para derrubar o boi.
Sair do boi - Cavalo bom que muda de direção na hora da derrubada.
Queimado - O boi que cai tocando a marca de cal nos 10 metros.
Boi chiado - Boi de fora para dentro da faixa.
Afrouxar - Abrir a mão na hora da derrubada.
Abrir a tampa - Soltar o boi.
Rabo da Gata - Vaqueiro chamado e não comparecido, ficando, então, para correr no último rodízio.
Valeu Boi - O boi foi válido e os pontos são computados para o final.
Arrocha o Nó - Não abrir a mão no momento em que for derrubar o boi.
Zero - O boi não foi válido para a contagem de pontos.
Ficou no meio - O vaqueiro cai do cavalono meio da faixa.
Regras
Numa pista de 120 metros de cumprimento por 30 metros de largura demarca-se uma faixa aonde os bois deverão ser derrubados. Dentro deste limite será válido o ponto, somente quando o boi, ao cair, mostrar as quatro patas e levantar-se dentro das faixas de classificação. O boi será julgado de pé; deitado, somente caso não tenha condições de levantar-se. Participam desta competição sempre uma dupla de vaqueiros que terá direito a ter inscrito o animal designado para puxar em apenas uma vaquejada, estando o esteira permitido a participar de duas provas. O boi que ficar da pá para frente , em cima da faixa receberá nota zero de imediato. A disputa do Campeão dos Campeões será feita na ordem decrescente, ou seja, da última colocação para a primeira.
Como é a soma dos pontos ?
A Vaquejada começa na Sexta-feira, o treino ou o reconhecimento da pista. No Sábado inicia a seleção ou classificação das duplas de vaqueiros, cada dupla enfrenta três bois. O primeiro boi vale em 8pontos, o segundo 9pontos e o terceiro 10 pontos. Isso Totaliza 27 pontos. No Domingo começa de novo só que o numero de pontos são diferentes. O primeiro vale11, o segundo12 e o terceiro13. Com isso somam 36 pontos, somado com os pontos anteriores ( 27 pontos ) é igual a 63 pontos. Os 20 melhores colocados concorrem para ver quem é o campeão.
Como é na pista? O que acontece?
A "pista" nada mais é do que um brete, um curral e a pista ( que tem 150m e de largura começa com 12m e termina com 42m).
A dupla tem que derrubar o boi entre as duas linhas ou faixas que tem 10m entre uma e outra. Cada dupla tem o vaqueiro de esteira ( aquele que ajuda o puxador, ajeitando e alinhado o boi na pista ), o puxador ( puxa o boi pelo rabo e derruba entre as linhas ). Se o puxador derrubar o boi entre as faixas então "Valeu boi" e a dupla ganha seu respectivo ponto.
Corrida
"Boi saído é boi corrido"
Expressão muito comum entre os locutores de vaquejada. Traduzindo diz que, a partir daquele momento, uma vez solto, o boi tem todas as condições de ser convertido em pontos. Exceto se durante o percurso ele virar sua cabeça em direção ao ponto de partida ou acontecer um acidente com o cavalo.
O puxador, após a saída do boi, aguarda a passagem de sua calda pelo "bate – esteira ", que está naquela posição para alinhar a corrida e conferir a queda no meio das faixas, fazendo valer o boi.
A festa é toda dos vaqueiros, mas há quem diga que no que diz respeito a habilidade, a proporção é de 50% para cavalo e cavaleiro. Logo, um bom vaqueiro não consegue se apresentar sem um cavalo bem adestrado. O mérito de uma boa apresentação não fica somente com o puxador e o seu cavalo, mas sim com o cavalo de esteira, que além de ter o mesmo valor comercial, por algumas vezes "rouba a cena", impedindo com o próprio corpo que o boi role para fora da última faixa e ajudando o puxador a derrubar, desequilibrando o gado com uma pancadinha sutil antes da carga.
Normalmente a competição é disputada em dois dias, num total de 6 bois por cada inscrição feita. Os três primeiros valem, respectivamente, 8, 9 e 10 pontos e são corridos no mesmo dia. Os de 11,12 e 13 pontos, são corridos no dia seguinte. A disputa de prêmios acontece entre os mais pontuados, com 1 boi para cada, em sistema de eliminação. O vaqueiro que não estiver presente na hora de sua chamada, fica para o "rabo da gata", ou seja corre no último bloco, após todas as chamadas, os seus bois perdidos, consecutivamente.
Em algumas situações, se durante a corrida de "rabo da gata" o vaqueiro perder algum boi e todas as vagas de prêmio já estiverem preenchidas, ocorre a "morte súbita", que é a desclassificação sumária, pois mesmo que ele pontue dalí pra frente, sua soma ainda assim será inferior ao do último candidato a prêmio. Entretanto, em circuitos de etapas com somatório por ponto corrido, é dado o direito ao participante de correr todos os seus bois. O valor dos pontos e a maneira com que a competição é conduzida pode variar um pouco de região para região, mas o exemplo dado ilustra bem de perto o objetivo da festa:" Derrubar o boi na faixa".
Cavalos
Os mais preferidos são os da raça QUARTO DE MILHA, puros ou cruzados com PSI , ÁRABE, ou APPALOOSA. O cruzamento, além de ser responsável por mais de 80% do plantel de eqüinos de competição nesta modalidade, vem se destacando por produzir animais de extrema docilidade, versatilidade, agilidade e vigor físico.
Fonte: Irará.com.br

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

O que é preciso para se ser famoso em Portugal?


Basta um flash para lhes tirar os pés do chão. O nome pronunciado de fugida no programa da manhã ou estampado a cores vivas nas revistas faz-lhes o dia valer a pena. São famosos por serem famosos. Querem a fama e o proveito e há sempre quem que lhes ampare o jogo. Eles são tantos que apetece perguntar: qualquer um pode ser famoso em Portugal?

Com a receita certa, há quem diga que sim. Abel Dias, colunista social, mexe cordelinhos há mais de três décadas. "Fabriquei muitos famosos", diz sem pejo. Com uma fotografia à beira da piscina, uma legenda numa festa, uma referência a propósito de nada, transforma anónimos em personagens. "É a insistência que os faz." Se são fotografados aqui e ali, começam a fazer parte do cenário. Quando Abel chega a uma festa e fotografa um casal de desconhecidos, "os mais novos perguntam logo quem são e se devem fotografá-los".

Parece fácil. E é: "Um dia cheguei ao Algarve, não tinha ninguém para fotografar, estava a trabalhar para a Caras, fui ter com um rapaz e uma rapariga que estavam a apanhar banhos de sol, perguntei-lhes o nome. Tinham um nome de família, a Caras gosta de nomes de família, eles eram giros e novos. Fizeram uma página. A revista começou a segui-los, esteve no casamento e na lua-de-mel. Ganharam notoriedade e hoje ela é disputada a peso de ouro como relações públicas de discotecas."

O que eles ganham com isto?

Borlas. À cabeça, férias pagas, um lugar melhor no teatro, um bilhete para a ópera, jantares, relógios, carros emprestados, vestidos de criadores à medida. Depois, quando trabalham, podem ver os seus cachets serem aumentados. "O romance da Merche com o Cristiano Ronaldo, por exemplo, catapultou a carreira de modelo e apresentadora de televisão dela, passou a ser uma presença mais grata em desfiles e discotecas", afirma Abel Dias.

Mas não podem cruzar os braços, avisa. "É preciso fazerem manutenção, começarem a girar por eles próprios, aceitarem os convites para as festas, abdicarem de alguma privacidade." Nessa altura, um romance proibido, uma doença superada, um filho sem pai certo são a cereja em cima do bolo. Um bolo mastigado pelas revistas cor-de-rosa para satisfazer os apetites dos leitores.

É por isso que a primeira pergunta que Luísa Jeremias coloca quando pensa a TV7dias da semana é: "O que faz vibrar o leitor?" A directora recusa a ideia de que as revistas e os jornais fazem famosos. E acredita que Portugal se "limitou a fazer o que outros países já faziam". Que era? Fazer aparecer pessoas de quem toda a gente fala, não pela carreira, mas pelo que comem, pelo que vestem, pelas festas a que vão. Figuras que, parecendo perseguidas pela fama, a perseguem.

Nelas, "que procuram a fama como um fim em si podemos reconhecer-lhes ambição, frustração, narcisismo e necessidade de reconhecimento e aceitação para além do que merecem pelo que fazem ou são, e evidentemente, um desejo comum de saírem do anonimato", analisa o psicólogo Marcelino Mota.

É este desejo que faz com que a sala de espera da agência de recrutamento de figurantes, actores e modelos Real Dream raramente esteja vazia. "Temos cinco mil pessoas em arquivo", conta Manuel Marujo. "Todas querem ser conhecidas." Manuel, que frequenta o meio desde a década de 80, também é rápido no gatilho: "Constrói-se um famoso num segundo."

Quanto tempo se leva a destruí-lo? "Até hoje não me deu jeito destruir pessoas", diz Abel Dias. "Uma hora de avião e acabou-se Portugal! Somos muito pequenos para isso." De resto, com o tempo, as coisas mudam. E os que vendem revistas hoje, podem sempre acabar como capas esquecidas nas salas de espera dos dentistas, nos cabeleireiros, no lixo.

Artigo de opinião de Ângela Marques in DNonline (14/01/2007)

sábado, 13 de janeiro de 2007

Ronda Nocturna - Dom Café









A partir de agora, tenciono apresentar algumas fotografias que ilustram o ambiente dos diversos bares e casas nocturnas, que agitam a vida nocturna de Natal. Inicio este périplo, com o bar Dom Café que é umas das minhas grandes preferências por aqui. Possui uma clientela eclética, música agradável e fica fora da área turística, evitando-se o convívio com estrangeiros visívelmente alcoolizados. Se passarem por aqui, este será um dos locais onde poderão encontrar o Capitão-Mor com mais facilidade.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Potiguês

Desenganem-se todos aqueles que, ainda acreditam que o sotaque lusitano é facilmente entendido no Brasil. No Nordeste, a situação ainda se torna mais complicada e rapidamente me vi obrigado a modelar um pouco a minha pronúncia, para estabelecer uma comunicação mais eficaz no meu quotidiano. Confesso, que nos primeiros tempos, era uma situação que me causava uma ligeira irritação, mas fui-me habituando lentamente e, hoje em dia, muitas das vezes já nem se apercebem que sou português. Mais cómica, é a situação da minha mãe, que manteve o seu sotaque inalterável como se tivesse chegado ontem de Lisboa. Por vezes, dou comigo a rir às gargalhadas, ao escutar os diálogos que ela tenta estabelecer em diversos locais. Normalmente, quando não nos entendem, dizem que falamos muito rápido ou tudo "enrolado", como preferem afirmar.
Como todos sabem, a língua portuguesa utilizada no Brasil, difere bastante da sua matriz lusitana, tanto ao nível de vocábulos e sobretudo no que diz respeito à pronúncia. O nordestino tem, por norma, um sotaque mais carregado, a sua dicção torna-se quase cantada e utiliza diversas expressões idiomáticas hilariantes que não possuem paralelo no resto do país.
Ao longo deste tempo passado por aqui, recolhi algumas palavras que prenderam a minha atenção e procurei entender os seus sinónimos. Devo acrescentar, que muitos destes vocábulos, são mais utilizados no interior do Rio Grande do Norte, onde uma conversa se pode transformar numa situação algo confusa, dadas as diferenças linguísticas.
Usualmente, os naturais desta região, são chamados de potiguares, relembrando a tribo de índios que habitavam no litoral, durante a época da colonização portuguesa. Daí surge, o que podemos designar de potiguês, do qual vos apresento um breve dicionário bastante peculiar.

Abigobel — desatento
Abilolado — pessoa sem juízo
Achinchelar — usar ténis como chinelos
Afolosar — abrandar
Aí vareia — depende
Alpercata — sandália de dedo
Acochar — apertar
Avie- flexão verbal de “aviar”, mesmo que apressar
Ariado — desnorteado

Bater a caçuleta — morrer
Boyzinha- moça bonita
Bizonho — feio e idiota
Borréia — sem qualidade
Bozó — dados
Breado — sujo, borrado
Bruguelo — bébé
Buceta - vagina

Caboré — homem esquisito
Cacete - pénis
Caningar — chatear
Carne de Sol- comida típica
Dê uma carreira- vá rapidamente!
Descatitar — acelerar, correr
Eita Píula! — interjeição de espanto
Em Riba — em cima

Godela — conseguir algo sem pagar
Goipada — cuspidela
Gorado — ovo estragado
Inhaca — mau cheiro da axila
Infeliz das costa oca — expressão para insultar alguém

Lenhou-se — ficou em má situação
Leso- parvo

Macaxeira- mandioca.
Mãínha/paiínho/vóinha - modo carinhoso de chamar mãe/avó/pai
Malassombrado — mal assombrado; um homem qualquer
Malamanhado — pessoa desleixada
Massa- porreiro, algo muito bom
Muriçoca - mosquito

Né onda não!- Não é brincadeira
Pixototinho — muito pequeno
Pleura — um lugar qualquer, mas bem na mosca
Priziaca — pessoa aborrecida
Prumode? — para quê?

Rapariga - prostituta, mulher de má fama
Reada — pancada, bofetada
Rugi-rugi — tumulto, muita gente
Segunda — trago de cigarro
Tamborete de forró — pessoa pequena
Tisna — cinza de vela
Torar — quebrar, partir
Trololó — conversa fiada
Vixe! - interjeição de espanto
Vogar- Valer a pena
Xanha — comichão na pele
Xeleléu — pessoa chata
Zonar — zombar, gozo
Zunhada — arranhão de unhas

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Diário de um Novo Mundo


1752. Um navio cruza o oceano Atlântico, com a fome e a doença afectando a embarcação. Um dos passageiros é o médico e escritor Gaspar de Fróes, que narra no seu diário os percalços da viagem e a chegada ao Brasil, vindo dos Açores. Após chegar Gaspar se apaixona por Maria, a esposa de um militar português influente, o que lhe causa problemas na nova terra. Nota de destaque para uma notável interpretação do actor português, Rogério Samora.

Título Original: Diário de um Novo Mundo
País de Origem: Brasil (2005)
Realização:Paulo Nascimento
Elenco: Edson Celulari
Rogério Samora
Nicola Siri
Marcos Paulo
Daniela Escobar...

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Um homem, Duas mulheres


O fetiche de ver uma mulher com outra na cama ainda é mais um sonho que a realidade. Mas numa pesquisa recente, diversas norte-americanas entrevistadas já pensam no assunto.

3% já tiveram relações com outra mulher na frente do namorado.

7% delas já trocaram beijos e carícias com outra mulher diante do namorado.

9% já dividiram o namorado com outra mulher na cama, mas sem acontecer nada entre as duas.

26% já receberam pedidos do namorado para uma noite a três.

42% admitem aceitar o convite de ficar com outra mulher a pedido dele.

Será a derradeira fronteira sexual dos tempos modernos!?

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Hoje é dia...

De concerto da Marisa Monte em Natal, um dos grandes nomes da actual MPB. Quanto ao tema apresentado, eu gostaria de saber onde fica este vilarejo repleto de paz e harmonia. Será uma espécie de V Império tropical? Dedico esta música ao meu amigo e comentador residente, Paulo Cunha Porto. Ele sabe porquê...
Logo à noite, lá estarei!

Lusa eterna


Nesta época de defeso no campeonato brasileiro, presto uma justa homenagem à Portuguesa dos Desportos, o clube mais português do Brasil. A equipa de São Paulo atravessa um período de declínio, provocado por um corpo dirigente incompetente e escapou da despromoção para a série C, quase por artes mágicas. Espero que a nova época que se avizinha, seja mais tranquila para este clube histórico.
Num dos seus últimos posts, o meu amigo Tony-Duque do Mucifal, especulava sobre o que faria com o prémio do Euromilhões. Pois bem, lanço-lhe aqui o desafio de apostar parte da sua fortuna na aquisição de um clube brasileiro. Ambos somos apaixonados por futebol, possuímos largos anos de experiência na gestão de equipas, jogando manager no PC e seria uma boa hipótese de arregimentar reforços para o nosso Sporting.

domingo, 7 de janeiro de 2007

Lobo do Mar


A propósito da leitura de uns textos em blogues amigos, sobre as fantasias profissionais de infância, gostaria de revelar alguns dos meus desejos da época. Sonhei com diversas ocupações até ao início da vida adulta, mas recordo-me claramente da minha favorita - Oficial da marinha mercante.
Na escola primária, era muito amigo de uns gémeos, cujo pai era comandante de um petroleiro e ficava fascinado com as histórias que me contavam. Mais tarde, apaixonei-me pela época dos Descobrimentos portugueses, pelos livros de piratas e aprofundei o meu fascínio pelo mar, eterno palco de aventuras e perigos diversos. Considerava que ser marinheiro me iria oferecer muitas possiblidades de aventura, tinha aquele imaginário romântico dos longos meses passados no mar, a perda da noção de tempo e viver num mundo sem fronteiras. Um navio era para mim um universo, onde se confrontavam diversas personagens. Lia e relia vezes sem conta vários romances que tinham o mar como pano de fundo.
Uns anos depois, desviei-me desta vocação profissional por diversos motivos. Descobri que o ofício mais romântico que existe requeria uma forte formação matemática que sempre odiei e apercebi-me que o declínio da frota mercantil portuguesa não me iria oferecer um grande futuro. Percorri trilhos completamente opostos e o mar tornou-se unicamente um companheiro de lazer e confidente nos períodos de melancolia. Apenas resistiu o meu espírito aventureiro, mas isso vocês já devem ter percebido.
E quais foram os vossos sonhos de infância? Dou os meus parabéns a todos que os conseguiram concretizar. Ninguém é verdadeiramente feliz quando retira o seu sustento de uma actividade de que não gosta. Um dia destes ainda me dá um ataque de nostalgia e elaboro uma candidatura tardia à Escola Náutica Infante D.Henrique!
Agora gostaria de lançar este desafio às seguintes BlogAmigas, que por sua vez terão que desafiar mais três amigos. Não sou grande entusiasta de "correntes" bloguísticas, mas esta até tem a sua piada.

- Maria

- Rita Batata Frita

- Sofia

Corto Maltese


O marinheiro, arquétipo do aventureiro solitário e desencantado, sempre em busca de outras paragens. Um amigo que me acompanha desde a infância...

sábado, 6 de janeiro de 2007

Dia de Reis


Interior da Capela dos Reis Magos no Forte - Natal/RN

Hoje, celebra-se a última data das festas natalícias. Por aqui é feriado municipal, em honra dos Reis Magos que são os padroeiros da cidade do Natal, fundada a 25 de Dezembro de 1598. O fim de semana será marcado pela realização de várias festas em diversas localidades do estado do Rio Grande do Norte, em homenagem aos Santos Reis. Mas agora, o que me apetecia, era uma generosa fatia de Bolo-Rei!

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

A grande aventura


Amanhã, terá início mais uma edição do mítico Rallye Lisboa-Dakar, prova que gosto de acompanhar a par e passo. Já não tem os perigos e a imprevisibilidade de anos anteriores, mas mesmo assim é uma grande aventura para todos aqueles que desafiam as areias do deserto rumo às praias de Dakar. A participação nesta prova era um dos meus sonhos de infância, mas em virtude de não possuir um patrocínio milionário, vou-me limitar a seguir a prova pela televisão e testar a minha destreza ao volante através da Playstation. Mais uma vez, espera-se uma boa prestação dos pilotos portugueses que se têm evidenciado nas últimas edições do Dakar.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Caramuru, o primeiro portuga em apuros


Diogo Álvares Correia (Viana do Castelo, Portugal, 1475 — Tatuapara, Bahia, 5 de outubro de 1557) foi um náufrago português que passou a vida entre os índios do Brasil e facilitou seu contato com os primeiros administradores e missionários. Recebeu a alcunha Caramuru dos tupinambá. Considerado o fundador do município baiano de Cachoeira.
Caramuru foi o primeiro europeu a viver no Brasil, iniciando o longo processo de miscigenação que hoje diferencia esse país dos outros países do globo.

Originário do norte de Portugal, Viana do Castelo, nascido por volta de 1475, arribou à Bahia entre 1509 e 1511 como náufrago de uma embarcação francesa. Há historiadores que dizem: « Viajando para São Vicente por volta de 1510, o fidalgo da Casa Real Diogo Álvares naufragou nas proximidades do rio Vermelho, na baía de Todos os Santos. Seus companheiros foram mortos pelos tupinambá, mas ele conseguiu sobreviver e passou a viver entre os índios, de quem recebeu a alcunha de Caramuru, que significa moreia.
Bem acolhido pelos Tupinambá, cujo morubixaba lhe deu uma das filhas, chamada Paraguaçu. Ao longo de sessenta anos manteve contactos com navios europeus que aportavam à Bahia. As relações comerciais com normandos levaram-no, entre 1526-1528, a visitar a França, onde a mulher foi baptizada em Saint-Malo, passando a chamar-se Catarina (Katherine du Brézil), em homenagem a Catherine des Granches, esposa de Jacques Cartier. Na mesma ocasião foi batizada outra índia tupinambá, Perrine, o que fundamenta a lenda de que várias índias, por ciúmes, se lançaram ao mar para acompanhar Caramuru quando este partia para a França com Paraguaçu.

No decurso do governo do donatário da capitania da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, recebeu importante sesmaria, tendo procurado exercer função mediadora entre os colonos e os índios, não conseguindo, todavia, evitar o recontro de Itaparica, onde Pereira Coutinho perdeu a vida.
Conhecedor dos costumes nativos, contribuiu para facilitar o contato entre estes e os primeiros missionários e administradores. Em 1548, tendo D. João III a intenção de instituir o Governo Geral, recomendou-lhe que criasse condições para que a expedição inicial fosse bem recebida, facto revelador da importância que havia alcançado.
Tomé de Sousa armou cavaleiros três dos seus filhos (Gaspar, Gabriel e Jorge) e um dos seus genros (João de Figueiredo) pelos serviços prestados à Coroa Portuguesa.
Dispensou importante colaboração aos jesuítas, servindo como intérprete na pregação, doutrina e confissão.
Catarina Paraguaçu e Caramuru tiveram vários filhos e filhas – Ana, Genebra, Apolônia, Graça, Gabriel, Gaspar e Jorge Álvares, que casaram com reinóis vindos com Martim Afonso de Sousa, dos quais descendem as mais importantes famílias da aristocracia baiana, entre os quais os Garcia d'Ávila, da Casa da Torre.
Foi sepultado no Mosteiro de Jesus, dos jesuítas, em Salvador, onde depois foi enterrada a mulher.

Caramuru - A Invenção do Brasil


A Invenção de um país chamado Brasil começa em Portugal, onde o talentoso pintor Diogo Álvares (Selton Mello) cultiva a arte de embelezar a realidade, o que lhe cria alguns problemas com o comandante Vasco de Athayde (Luís Mello). Diogo é contratado por Dom Jayme (Pedro Paulo Rangel), o cartógrafo do Rei, para ilustrar os mapas que seriam usados nas viagens de Pedro Álvares Cabral, mas Diogo envolve-se com a sedutora Isabelle (Debora Bloch), francesa que freqüenta a corte em busca de ouro. A sedutora cortesã rouba o mapa de Diogo, que é punido e deportado para costas brasileiras, onde conhece a bela Índia Paraguaçu (Camila Pitanga) e sua irmã Moema (Deborah Secco), vivendo então o primeiro triângulo amoroso da história do Brasil. A harmonia do novo mundo é então interrompida com a chegada dos colonizadores. Uma comédia deliciosa!

Título Orginal: Caramuru - A invenção do Brasil
País Origem/Ano de Produção
: Brasil (2001)
Realização: Guel Arraes
Elenco: Selton Mello
Camila Pitanga
Deborah Secco
Tonico Pereira
Débora Bloch...

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Uma portuga em apuros na China


Toda a escrita de viagem é um equívoco, como afirmou Scott Fitzzerald; junte-se o facto de o espaço que se tem debaixo dos pés — que se sente, cheira e vê — estar desorbitado da realidade e dá este livro.

Começa com uma instrução: a China aqui retratada resulta numa diluição da repulsa com a adoração acrítica. Uma e outra reacção têm representantes associáveis: de um lado, os sinófobos, que gritam através da inscrição na T-shirt "I survived China!"; do outro, os tomados por uma espécie de "chinesite aguda", os que se querem comportar como orientais e vêem em cada chinês um descendente directo de Confúcio. No meio, está uma categoria angustiada: os sinólogos, para quem a China é um objecto formal, e que caíram na tentação de ir visitar a China real.
Mas apesar dessa mistura anunciada de extremos, não se dá a garantia de que a China que está dentro destas páginas seja a China verdadeira. Não é uma suspeita — já sabemos — é uma porta de entrada no livro, que já está no título: como ver/compreender o Dragão quando se está mesmo em cima dele? E, afinal, um Dragão imenso e fogoso, de delicado papel ondulante que se desvanece num fósforo. A China é — tem que ser — do princípio ao fim do livro, um sonho.

Esta obra não é um relato de viagem, nem um roteiro, nem um tratado etnográfico, talvez até nem seja especialmente relevante para quem vai visitar a China-destino turístico. É de certeza de muito interesse para quem vai viver para a China e deslocar-se dentro dela. Cláudia Ribeiro frequentou o curso livre de chinês, durante a licenciatura em Portugal, e foi estudante-bolseira em Pequim de 1987 a 1991 (com retorno pontual em 97). O livro é sobre isso: uma estada de anos e viagens de léguas e léguas.
O lapso temporal onde se inscrevem as acções e visões invocadas (usa-se recorrentemente o Pretérito Imperferito — que projecta as acções para o passado, mas que também as toca de irrealidade) é visado sob o tópico da mudança. É esse tópico que serve de delimitação do corpo do texto, feita através da nota-sugestão inicial e final, sobre Tiananmen: no início, a referência ao massacre e ao modo como ele rapidamente se apagou da memória colectiva; no fim, uma imagem, a da Praça cheia de gente descontraída e vestida à ocidental, e um sentimento só, o de que a China está a mexer.

O corpo do texto está organizado em duas partes: uma primeira, a abranger os quatro primeiros capítulos, que podia receber um título geral do tipo "Introdução ao dia-a-dia chinês"; e uma segunda constituída pelo 5º capítulo, que se subdivide em vários subcapítulos, intitulada mesmo — "Registos de viagens". Entre uma e outra há um ponto de viragem (prevista) de perspectivação da China.
A primeira parte arranca com um retrato colectivo dos filhos do dragão através de encadeamentos de conclusões tiradas a partir de percalços vividos ou ouvidos, em fuga à pura listagem de traços e hábitos do povo chinês: a elevada auto-estima, a explícita e escrupulosa hierarquia social baseada no dinheiro, o patriotismo atávico, a burocracia demente, as guanxi (cunhas — como é fácil traduzir para português!), a grosseria dos funcionários públicos (idem), os critérios torcidos para escolher parceiro, os gostos mórbidos, as escarradelas e assoadelas, a falta de higiene geral, a ressaca controversa com Mao e a adoração unânime de Zhou, a miséria atroz. Assim, sem mais, o retrato parece que sairá feio. Há porém na sua elaboração já uma boa dose de condescendência e relativização, que tomam assento mais demorado nos comentários e avaliações, mas que estão sempre presentes na construção dos episódios e situações absurdas e risíveis — sem desdém, a obrigar-nos a olhar para as nossas próprias (ocidentais e portuguesas) ridicularias e desaires.
Segue-se o olhar em espelho, o dos chineses em relação aos ocidentais e ao mundo exterior. A metodologia é a mesma: o registo da experiência própria ou da de outros estudantes ocidentais. Desta vez, bastou, em muitos casos, a captação passiva de conversas entre chineses que não suspeitam que a autora sabe falar chinês — donde saem situações mirabolantes. Quanto ao mundo exterior, ele aparece acentuadamente desnivelado entre os países pobres (de leste e ex-comunistas) e o "Belo País", ou seja, os EUA, a fazer jus ao adágio "enriquecer é glorioso".

O capítulo seguinte reparte-se por itens de uma enciclopédia vivida — as casas de banho, os comboios (o item que causa a sensação mais aguda de desespero), os espectáculos, a saúde, o comércio, o crime, o canibalismo, e curiosidades avulsas da presença de Portugal na China.
Antes de passar às crónicas de viagem, ainda um capítulo dedicado apenas a Pequim — o ancoradouro de todas as viagens, a China-China (por oposição a Xangai ou Cantão). O ritmo discursivo abranda e começam as descrições.
Um excelente livro que retrata a vida de uma portuguesa na China. Eu gostaria de ver mais testemunhos escritos das experiência vividas por portugueses residentes no estrangeiro, tanto em livro como via blogosfera. No que me diz respeito, tenho tentado de forma regular, fornecer alguma informação sobre o Nordeste brasileiro e durante este ano conto publicar algumas reflexões mais pessoais sobre mais de dois anos de vida nos trópicos.

No Dorso do Dragão - Cláudia Ribeiro; Publicações Europa-América